quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Viva sem dor!

Já ouviram falar no movimento PARE A DOR promovido pela Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED)? Ele pretende mostrar a população que sentir dor não é normal.
 
A dor crônica é mais comum do que se imagina. A OMS estima que 30% da população MUNDIAL sofra de dor crônica e que no Brasil esse número seja de 60 milhões de pessoas (sendo que 50% delas a dor comprometa sua rotina).

Este projeto conta com a “Caminhada Pare a Dor” que tem o objetivo de unir pessoas que convivem com a dor, estimular a prática da atividade física supervisionada e orientar sobre a melhor forma de ajudar no tratamento. O evento é gratuito e acontece periodicamente em diversas cidades.

Segundo a Dra. Fabíola Minson (diretora da SBED, anestesiologista e especialista em Dor) “As pessoas têm que se conscientizar da importância de procurar um médico”.




Se você sofre com alguma dor ou conhece algum que sofra compartilhe esse site e procurem especialistas. A dor tem tratamento!
Vejam atualizações em www.pareador.com.br
 
 
Abraços,
Fernanda Amorim

domingo, 24 de abril de 2011

UNIFESP DESENVOLVE MODELO TRIDIMENSIONAL DE DENTE HUMANO

Oi pessoa! Estou colando a reportagem para vocês lerem!
Vale super a pena ler até o final!;)

Pesquisadores da Unifesp dão mais um passo na viabilização da terceira dentição utilizando a computação gráfica tridimensional para confeccionar estruturas de dente com proporções fiéis aos dos seres humanos.
Os cirurgiões dentistas e professores da UNIFESP, Mônica e Silvio Duailibi, dão o primeiro passo para a reprodução fidedigna do dente humano por meio do processo de fabricação aditiva, técnica que utiliza modelos computacionais.  O estudo foi desenvolvido em parceria com o Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer, órgão de pesquisa do Ministério da Ciência e Tecnologia.
A fabricação aditiva, também conhecida como prototipagem rápida, possibilita produzir protótipos diretamente do modelo virtual tridimencional a partir de dados obtidos em tomografias ou ressonâncias magnéticas. A pesquisa será publicada neste ano no periódico americano Artificial Organ.
De material biodegradável, as estruturas dos molares gerados pela técnica 3D já estão sendo testadas pelos pesquisadores na chamada fase pré-clinica, com o cultivo de células-tronco adultas humanas em ratos. “Anteriormente, conseguimos desenvolver coroas com todas as suas estruturas, como dentina, esmalte, polpa e ligamento periodontal na mandíbula e abdome dos animais, mas suas dimensões e formato não eram de um dente normal”, explica Silvio Duailibi, que é professor adjunto de Engenharia Biomédica no Instituto de Ciência e Tecnologia da Unifesp, em São José dos Campos.
Para Mônica Duailibi, professora da disciplina de Cirurgia Plástica da Escola Paulista de Medicina da UNIFESP, a reprodução dessas estruturas, fiéis ao tamanho e formato do dente humano, e a utilização de células também humanas, marca mais um passo rumo à terceira dentição.

Em 2004, o casal de pesquisadores, que também são pesquisadores do Centro de Terapia Celular e Molecular (CTCmol) da UNIFESP, conseguiu construir coroas dentais no abdome de ratos por meio da Engenharia Tecidual e, quatro anos depois, fazer com que as coroas se desenvolvessem nas mandíbulas dos animais a partir de células-tronco adultas extraídas de dentes da mesma espécie.
O estudo – que tem como co-autores Lydia Masako Ferreira, professora titular da disciplina de Cirurgia Plástica da Unifesp, Eduardo Felippe Duailibi Neto, mestrando em Diagnóstico Bucal da FO-USP, Waldyr Antonio Jorge, professor titular da FO-USP, Renata Matalon Negreiros, da Fundecto – contou com a supervisão e colaboração dos pesquisadores americanos Pamela C. Yelick, da Tufts University, e Joseph P. Vacanti, do Massachusetts General Hospital e Harvard Medical School.
Busca pelo biomaterial ideal
Para que haja a regeneração das estruturas calcificadas do dente humano, Silvio Duailibi explica que é preciso encontrar o biomaterial ideal para a construção das estruturas que receberão as células-tronco. “Vários materiais biocompatíveis e que são degradados pelo organismo estão em análise”, afirma.
De acordo com o dr. Duailibi, com a obtenção desse componente para a interação das células-tronco e a certeza de que essas células ficarão estáveis e não se transformarão em tumores, o próximo passo será iniciar os estudos em seres humanos. “Entretanto, ainda não temos um prazo para iniciar esses testes”.
A pesquisa, que foi financiada pelo Fundo de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e pelo National Institute of Health (NIH), dos EUA, conta com a parceria do Instituto Nacional de Biofabricação (Biofabris), da Rede Ibero Americana de Biofabricação Cyted e do Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI), responsável pelo desenvolvimento do sistema de prototipagem em Medicina.

Também colaboram com o estudo os pesquisadores Esper George Kallas (FMUSP), Mônica Vanucci Lipay (Unifesp), Jorge Vicente Lopes da Silva (CTI) e Israel Chilvarquer (FO – USP).
Imprensa Unifesp


quinta-feira, 21 de abril de 2011

Peças de Mão Coloridas da Gnatus

Quem já viu a fofura que a Gnatus lançou?


Estava passeando pelos sites afora e vi esse recém-lançamento da Gnatus (alguém já conhecia?).

Foram lançadas no Brasil e Alemanha no final de março durante o último IDS (International Dental Show) e parecem que estão fazendo maior SUCESSO! as peças de mãos coloridas (disponíveis nas cores azul, rosa e verde!).
Uma fofura!
Achei super válido para odontopediatras e para aqueles que tem uma personalidade forte e gostam de inovar!! Eu toparia ter uma colorida, certeza!

Elas poderão ser adquiridas separadamente ou em Kits que são acompanhados de mochila na cor da peça de mão!!:)




E aí? Gostaram? Eu amei!

domingo, 3 de abril de 2011

Um resgate da história da Odontologia no Brasil

Nada como começar do princípio: Quando e como surgiu a odontologia no Brasil?

E se te perguntarem sobre a história da sua profissão? Saberia você responder? Eu não saberia (antes) responder tão direitinho; e foi pensando nisso que resolvi compartilhar com vocês o resultado da minha 'pesquisa'. :)

O texto ficou grandinho, mas se você tiver paciência de ler é bem interessante!;)

Nossos índios já realizavam tratamentos dentários quando o País foi descoberto, e não se sabe desde quando essa prática era usada. Documentos dessa época indicam que eles tinham bons dentes, bem implantados, apenas bastante desgastados devido à alimentação ricas em muitos alimentos duros. Lembrem que não existiam guloseimas açucaradas na alimentação dos índios, bem como os alimentos duros contribuiam para a limpeza dos dentes.
A tribo Kuikuro, do norte de Mato Grosso, preenchia as cavidades dentárias com resina de jatobá aquecida, que cauterizava a polpa e funcionava como obturação.



Resina de Jatobá
As mutilações dentárias só passaram a ser praticadas no Brasil com a chegada dos negros escravos.

Mas, foi a partir da descoberta do Brasil, em 22 de abril de 1500, por Pedro Álvares Cabral que realmente começou a história da odontologia no nosso país trazendo os barbeiros (tirandentes)  para tratar dos dentes da população.

Pedro Álvares Cabral

Quase todos os procedimentos realizados eram extrações dentárias; as técnicas como já eram de se esperar: rudimentares, o instrumental inadequado e não havia absolutamente nenhuma forma de higiene; e... nada de anestesia!

A odontologia era exercida como uma das muitas atividades de curandeiros ou de quaisquer outras pessoas. Essas pessoas nada sabiam sobre cárie, biossegurança, prevenção ou quaisquer outros tipos de conhecimentos relacionados à profissão e hoje bem conhecidos; eram pessoas ignorantes, leigas, fortes, impiedosas, rápidas e que aprendiam a prática com pessoas mais experientes!

As extrações eram realizadas sem anestesia e em casos de dor ou infecção o tratamento era realizado com remédios caseiros, ervas, rituais religiosos e rituais de magia. O que seria caracterizada, segundo Chaves (1986) como  a primeira etapa da evolução da odontologia ou etapa de ocupação indiferenciada.

Já na segunda etapa da evolução da odontologia, ou etapa de diferenciação ocupacional, a prática apesar de ainda ser exercida por pessoas leigas, diferenciava-se da etapa anterior pois tratava-se da ocupação principal daqueles que a ela se dedicavam: os chamados barbeiros ou sangradores.
Nessa etapa, não havia restrições governamentais ao exercício da profissão, ela estava aberta a todos que se dispusessem a aprender o ofício. Este, por sua vez, era aprendido na prática, sem recursos formais de aprendizagem. Nessa fase já havia uma grande diversificação dos instrumentos, técnicas, materiais e equipamentos; destaque inclusive para o desenvolvimento das próteses.

Por se tratar de uma atividade considerada grosseira e brutal, as extrações (feitas sem anestesia, sem instrumentos aperfeiçoados e sem o mínimo de cuidados de higiene), não gozavam de prestigio entre os médicos e cirurgiões da antiguidade, que, sob várias alegações (riscos de morte, hemorragias e infeccções, entre outras alegações) evitavam praticá-las.

A terceira etapa, ou etapa inicial de profissionalizaçã a Odontologia já era considerada como profissão e exercida por profissionais com dois anos de treinamento formal, trabalhando sozinhos, na maior parte do tempo. Nessa fase, esboçou-se o ensino formal, mediante a organização de cursos para aqueles que desejassem ingressar na profissão, sendo criada  uma legislação restritiva que só permitia a estes exercê-la, salvaguardando, entretanto, os direitos daqueles que já a exerciam (agora chamados de dentistas práticos). Os cursos eram organizados apenas com aulas teóricas, sendo o aprendizado prático mantido no sistema mestre e aprendiz.

A evolução desses cursos culminou com a criação dos primeiros cursos de Odontologia de nível superior como anexos dos cursos de Medicina.

Lembrando que no século XVI, com a vinda da primeira expedição colonizadora (1530), chefiada por Martim Afonso de Souza e com a instalação das Capitanias Hereditárias (a partir de 1549) surgiram os primeiros núcleos de povoação no Brasil.
Nesse período, vieram os mestres de ofício (qualificação das diversas categorias de artesãos), que recebiam licenciamento conforme as normas da primeira legislação brasileira, relacionadas às atividades de curar. Trata-se da Carta Régia de 25 de outubro de 1448, assinada por D. Afonso V, de Portugal.

Esta carta, previa que nenhuma pessoa poderia usar da physica  (relacionada ao uso de medicamentos) ou da cirurgia sem licença especial, que deveria ser concedida pelo cirurgião-mor, mestre Gil.
A infração desta lei levaria as autuações, multas e prisões.

Ainda que sem sucesso nesse primeiro momento, surge, a partir daí, a primeira tentativa de controlar o exercício da arte dentária no Brasil. Esse exercício foi regularizado com a Carta Régia de Portugal, de 09/11/1629, sendo que, com a reforma do Regimento do Ofício de Cirurgião-mor, de 12/12/1631, ficava prevista a multa de dois mil réis às pessoas que tirassem dentes sem licença.
Esta era concedida mediante a realização de uma prova prática, da apresentação de um documento que comprovasse que o candidato exercia a atividade há mais de dois anos e o pagamento de uma taxa. A banca examinadora era constituída por um cirurgião-mor (vindo de Portugal) e de dois barbeiros.

Em 17/06/1782, assinada pela Rainha de Portugal, D. Maria I, foi criada a Real Junta
de Protomedicato
(junta médica, com mandato de três anos, composta por sete membros: de-
putados, médicos e cirurgiões aprovados). Com essa iniciativa, foram
extintos os cargos de
físico-mor e cirurgião-mor,
de maneira que as licenças e as cartas passaram a ser expedidas
pelo Protomedicato. Este parece ter sido o
único fato relevante que marcou o exercício da
Odontologia brasileira no século XVIII
, que, entretanto, foi revertido, em 07/01/1809, de mo-
do que a responsabilidade de licenciamento voltava a ser do cirurgião-mor, com a colaboração
de seus delegados e subdelegados

No início do século XIX, a Odontologia começa a ganhar status de profissão quando o
príncipe regente D. João estabelece, provisoriamente, em 23/05/1800, o
“Plano de Exames da
Real Junta do Protomedicato”,
no qual passa a exigir do candidato à profissão de dentista um
exame que constava de
conhecimentos parciais de anatomia e métodos operatórios e terapêu-
ticos.
O comissário dessa junta, o cirurgião José Antonio de Lopes Ferreira, examinava os
cirurgiões médicos e dentistas em um mesmo processo de exames.

Em 1808, a família real e suas autoridades vêm para o Brasil, fugindo da invasão francesa a Portugal. Permanecem, inicialmente, na Bahia e em seguida mudam-se para o Rio de Janeiro. Nesse período, foi providenciado, pelo cirurgião-mor, o licenciamento dos profissionais da Corte, sendo licenciados inicialmente no Rio de Janeiro oito barbeiros e sangradores, todos eles do sexo masculino, negros escravos ou forros.

E vejam que somente a partir da assinatura do decreto 1813, passa a ser exigido dos candidatos que estes soubessem ler e escrever corretamente, para conseguirem a carta da profissão de tirar dentes.

Obserevem a história de ofício marginalzado que carrega a nossa odontologia, desde o valor atribuído ao processo de trabalho, até a designação daqueles que estariam aptos a exercer tal oficio.

Para se tornar respeitada essa profissão precisou passar por um grande processo de reconhecimento.... já pensou sobre isso?
Observe o medo do cirurgião-dentista que ainda resta na populãção, observe a forma como muitos alunos da odontologia e muitos profissionais cirurgiões-dentistas simplesmente ignoram livros, conhecimentos, biossegurança e afins...

Foi em 1820 que o francês Eugênio Frederico Guertin, diplomado pela Faculdade de Medicina
de Paris, recebe a primeira carta de dentista no Brasil, passando a gozar de grande prestígio.
Este era identificado, no Rio de Janeiro, como o dentista mais evoluído e mais preparado (realmente suas atividades - que consistiam em limpar dentes, tirar fora um dente, chumbar dente, limar dente, colocar dentes artificiais de cavalo marinho ou marfim, dente com esmalte, dente natural,licor para gengivas, bálsamo para dor de dentes, escovas de todas as qualidades... -  eram bastante avançadas para o Brasil da época), de modo que “surgia no Brasil, pela primeira vez, um verdadeiro artista que poderia sem vexame usar o tão depreciado título de dentista”.
Além disso, o francês supracitado publicou em 1819 a primeira obra de Odontologia feita no Brasil: "Avisos tendentes à conservação dos dentes e sua substituição".

Seguindo a vinda de Guertin, outros dentistas franceses estabeleceram-se no Brasil: Celestino Le Nourrichel, Arson, Emilio Vautier, Henrique Lemale, Eugênio Delcambre, Júlio De Fontages, Hippólito E. Hallais; trazendo o que havia de melhor na Odontologia mundial. Citando, como exemplo, alguns ítens dos Honorários de Guertin:
Dentes artificiais de cavalo marinho ou marfim............................4000 réis
Natural...........................................................................................12000 réis
Incorruptível (porcelana)..............................................................24000 réis
As dentaduras eram constituídas de duas fileiras de dentes, esculpidas em marfim ou adaptadas em base metálica, sendo as arcadas ligadas por molas elásticas.
Dessa maneira, a Odontologia brasileira passa a ter uma forte influência dos conhecimentos da Odontologia francesa.

Esta influência começa a mudar quando, a partir de 1840, começaram a chegar dentistas dos Estados Unidos.  Estes, gradativamente suplantaram os colegas franceses, que se destacaram entre 1820 e 1850, passando a liderar a evolução técnico-científica da Odontologia no final do século XIX, conduzindo muitos brasileiros para lá se aperfeiçoarem.
Essa ascendência americana foi fruto dos progressos da profissão nos Estados Unidos, de modo que esse país transformou-se em um pólo formador de profissionais, passando a influenciar o ensino e a prática odontológica em toda a América Latina.

Com o Decreto n° 598, de 14/09/1850, foi criada a Junta de Hygiene Pública.
Além de medidas saneadoras, este decreto regularizava as situações dos dentistas formados em univer-
sidades ou escolas estrangeiras
, cujos diplomas ainda não tinham sido legalizados pela Facul-
dade de Medicina do Império.
Segundo o Decreto n° 828, de 28/09/1851, que mandava executar o “Regulamento da Junta”,
trazia, em seu artigo 28, a seguinte redação:
" Os Médicos, Cirurgiões, Boticários, Dentistas e Parteiras apresentarão os
seus diplomas, na Corte e Província do Rio de Janeiro, à Junta de Hygiene,
e nas Províncias, às Comissões e aos Provedores de Saúde Pública. Em hum
livro destinado para a matrícula se  inscreverá o nome do indivíduo, a que
pertence o diploma; o que feito o Presidente da Junta Central ou da Com-
missão ou o Provedor de Saúde Pública lançará nas costas do diploma o –
Visto – e assignarão. Os formados em Universidades ou Escolas estrangei-
ras, cujos diplomas não tenhão sido legalizados pela Faculdade de Medicina
do Império, ou não estiverem comprehendidos nos dous antecedentes Arti-
gos, não serão inscriptos nos livros da matrícula. (sic). "

Abrindo os primeiros caminhos para o processo de evolução do ensino de Odontologia em nível superior e tendo como argumento a melhora do ensino e o combate ao charlatanismo o diretor da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, José Martins da Cruz Jobin, exerceu grande influência para que as Faculdades de Medicina ganhassem novos estatutos. Assim, pelo decreto criaram-se os exames para dentistas e sangradores nas faculdades de Medicina.
Estes, entretanto, só passaram a ser aplicados a partir de 14/05/1856, pelo Decreto de nº 1764. Desse modo, para obter o título de Dentista ou Dentista aprovado, os candidatos faziam exames na Faculdade de Medicina da Bahia e do Rio de Janeiro. Estes exames compreendiam uma parte teórica e a extração de um dente de cadáver.
Os temas dos exames relacionavam-se a conhecimentos de anatomia, fisiologia, patologia e anomalias dos dentes, gengivas e arcadas alveolares; higiene e terapêutica dos dentes; descrição dos instru-
mentos que compunham o arsenal cirúrgico do dentista, além da teoria e prática da sua aplica-
ção; e meios de confeccionar as peças da prótese e ortopedia dentária
.
Um dos grandes problemas, nessa época, era a dificuldade de designarem-se examinadores da universidade que tivessem conhecimentos das matérias. 

Em 23/02/1880, assumiu a direção da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro o médico cearense Vicente Cândido de Sabóia. Valorizando especialmente a Odontologia, este criou os laboratórios de Cirurgia Dentária e Prótese Dentária, além dos cargos de preparador, ajudante e conservador para atuar nessas áreas. Dava-se início aí, às medidas precursoras para a instituição do ensino de Odontologia em nível superior no Brasil.

O grande empenho de Sabóia junto à Corte influiu decisivamente para aprovação do Decreto no
 9.311, de 25 de outubro de 1884, assinado pelo Imperador D. Pedro II, no qual foi instituído o ensino de Odontologia no Brasil. O artigo primeiro dispunha que os cursos de Medicina do Império, situados no Rio de Janeiro e na Bahia, passassem a ser compostos de um curso de ciências médicas e cirúrgicas e de três cursos anexos: o de Farmácia, o de Obstetrícia e Ginecologia e o de Odontologia.
(Um adendo: Compreende-se porque a primeira Escola de Odontologia de São Paulo , criada em 07 de dezembro de 1900, denominou-se nos primeiros anos , Escola de Farmácia, Odontologia e Obstetrícia de São Paulo. )
Na secção IV deste mesmo documento dedicada ao curso de Odontologia, constavam as matérias que deveriam compor o curso e a seqüência na qual elas deveriam ser cursadas, pelo período de três anos.

1ª Série: Física Elementar, Química Mineral, Anatomia Descritiva e Topo-
grafia de cabeça;
2ª Série: Histologia Dentária, Fisiologia Dentária, Patologia Dentária e Hi-
giene da boca; e
3ª Série: Terapêutica Dentária, Cirurgia e Prótese Dentária.

Como reconhecimento à atuação de Sabóia, este decreto foi denominado
“Reforma
Sabóia”
e, em 26/06/1976, mediante a resolução do Conselho Federal de Odontologia - CFO
96 - a data de 25 de outubro foi instituída como o dia do dentista brasileiro .

A partir daí houve a extinção das  "cartas de profissão" e a odontologia brasileira passou a evoluir.

Entretanto, ainda vista como uma atividade eminentemente artesanal (como ainda resta muito hoje na área de prótese dentária), a Odontologia, até a primeira metade do século XX, era inferiorizada em relação às demais atividades de saúde.

Continuando as etapas...

Na quarta etapa, ou etapa intermediária de profissionalização, o curso formal, em
nível universitário, aumenta seu tempo de duração, realizando-se no período de 3 a 6 anos, de modo que a Odontologia consolida-se como profissão de nível superior, desenvolvendo-se cientificamente, mas destacando-se ainda o aspecto técnico da formação.
A instrução secundária passa a ser pré-requisito para o ingresso nos cursos e as escolas de Odontologia firmam-se como unidades autônomas, independentes de outras faculdades da área médica.
Destacam-se ainda, nessa etapa, o fortalecimento das associações profissionais e o surgimento das profissões auxiliares da Odontologia, de modo que os dentistas passam a trabalhar com auxiliares de consultório e protéticos.
A etapa avançada de profissionalização, quinta etapa, mantém as características da anterior, avançando com o crescente interesse dos profissionais por cursos de pós-graduação e elevação da oferta de cursos de especialização, sobretudo no âmbito das universidades, o que, elevou o nível da Odontologia que se consolidou como profissão de saúde.
Ainda como característica dessa fase, o ensino de Odontologia tornou-se mais equilibrado, incorporando aos aspectos técnicos, os referenciais biológicos e sociais da profissão.
Vale ainda lembrar que os três primeiros mestres no Rio de Janeiro foram: 
       Thomas Gomes dos Santos Filho, Aristides Benício de Sá e Antônio Gonçalves Pereira da Silva que prestaram relevantes serviços à Odontologia.

Curiosidades:

1) O pai de Tiradentes (mártir da inconfidência), também foi dentista, profissão essa, ensinada para seu filho;

2) Naquela época era comum “amarrar na cadeira” os braços dos pacientes que seriam submetidos a uma extração dentária;

3)A esterilização dos instrumentos eram precariamente feitos, passando a ponta dos instrumentos sobre a chama de uma lamparina;

4) Também fazia-se atendimento fora do consultório.;

5) A medicação pós extração era feita através de ervas medicinais que eram fornecidas ao paciente. Normalmente o dentista possuía em seu consultório, vários vasos com diferentes tipos de ervas para esse fim, ao qual removia algumas folhas, que eram dadas ao paciente, para utilização em forma de chá ou como colutório;

6) A profissão de dentista no mundo é bastante antiga. Arqueólogos egípcios descobriram as primeiras três tumbas de dentistas que datam da época faraônica em uma localidade cerca de 25 quilômetros ao sudoeste do Cairo.  Uma dessas sepulturas, pertencente ao chefe dos dentistas do faraó, E e Mery, tem uma entrada que conduz a um salão retangular similar a um corredor, e que contém duas pequenas antecâmaras com cenas da vida cotidiana esculpidas em suas paredes;

7) Em setembro de 1869, graças a João Borges Diniz, surge a primeira revista odontológica: "Arte Dentária";

8) Fauchard é chamado de "o pai de Odontologia Moderna" pois em 1728, na França, lançou o livro 'Le Chirugien Dentiste au Traité des Dents' que revolucionou a odontologia, ao trazer novos conhecimentos, criando técnicas e aparelhos. O livro abrange anatomia, fisiologia, entre outros assunto; citava a "piorréia alveolar", que recebeu o nome de "Enfermidade de Fauchard";


Dentadura feita com molas

9) Nesta época o mestre Domingos, "barbeiro" popular no bairro da Saúde, Rio de Janeiro, se tornou famoso. O negro exercia sua atividade também na casa de clientes. Sob o braço levava uma esteira de taboa, que servia de cadeira e uma enferrujada chave de Garangeot. Dado a manobras intempestivas, algumas vezes extraía também o dente vizinho, mas cobrava apenas um. Às crianças, sugeriu que o dente extraído fosse jogado no telhado, dizendo antes e por três vezes: "Mourão, toma teu dente podre e dá cá o meu são";
Instrumentais cirúrgicos de antigamente
Chaves de Garengeot


10)  A primeira escola de odontologia surgida no mundo foi em 1840, nos estados Unidos, na cidade Baltimore, no Estado de Marilância (Baltimore College of Dental Surgery). O curso tinha 16 semanas e a classe possuía cinco alunos;

Consultório 1910

Consultório década de 20


Consultório década de 30


Consultório década 60

Consultório 1895





Prótese fixa


11) Parece que sangrador e tiradentes, ofícios acumulados pelos barbeiros, eram coisas que se confundiam, podendo o sangrador também tirar dentes, pois nos exames de habilitação tinham de provar que durante dois anos "sangraram" e fizeram as demais atividades de barbeiro.




Prótese Fixa








quarta-feira, 16 de março de 2011

Post de inauguração

Declaro aberto o BLOG ODONTOLOGIA DE OURO. 


Bem, passei um dia inteirinho pensando em um nome para o blog... e olha o porquê do nome aí:

Refletindo sobre o meu objetivo de fazer um blog (o que vou postar...) lembrei o quanto a profissão tem sido "feita de qualquer jeito" por tantos (ainda bem que não são todos!) e pensei que todos nós deveríamos prezar por uma Odontologia de Ouro, uma odontologia de qualidade, de respeito ao paciente, de atenção ao ser humano (e não apenas uma boca), de prática dos princípios estudados nos livros (tanto pesquisados, tanto debatido em congressos, tanto ensinado por professores). 

Vamos revalorizar uma odontologia que reflete SUCESSO!


Digam NÃO a odontologia barata e ruim que estão vendendo por aí.

Valorize sua boca, sua saúde, seus dentes. Valorize sua profissão! 

Não abandonem a nossa odontologia, REERGAM esse 'mundo' maravilhoso que só quem AMA o que faz entende!

Esse blog é para aqueles que lutam por uma odontologia de QUALIDADE, sejam vocês pacientes ou dentistas!
Entrem, comentem, opinem!!


Um grande abraço,
Dra Fernanda Amorim